quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

NO MUNDO CORPORATIVO NADA SE CRIA ?

                                  No mundo corporativo nada se cria?
Faço esta pergunta aos homens do mundo corporativo: no mundo corporativo nada se cria?
Um dos maiores comunicadores que este país conheceu, Abelardo Barbosa, o Chacrinha, dizia em alto e bom som o seu melhor jargão: “Na televisão nada se cria, tudo se copia”. E existe verdade maior do que esta? Claro que não. Haja vista os realitys shows que fazem o maior sucesso na TV, pois são modelos copiados de programas de outros países – inclusive, as emissoras nacionais pagam direitos autorais para exibi-los. Outro exemplo é o das novelas, que são uma cópia da vida real: quanto mais real, mais sucesso.  

No mundo dos negócios não é diferente, e vamos a alguns exemplos:

Desenvolvimento de produtos
Os produtos, em si, são grandes réplicas uns dos outros, a ponto de existirem pelo mundo afora produtos que foram desenvolvidos a partir de seus principais concorrentes. O processo que viabiliza a prática vai desde a venda de fórmulas por funcionários desonestos até as espionagens industriais feitas sob encomenda, que, claro, constituem crimes – mas existem, e em escala considerável; ou ocorre a cópia direta mesmo: os engenheiros ou técnicos das empresas analisam in loco o produto do concorrente e desenvolvem um similar.

É sabido que os japoneses, por exemplo, após a rendição e sob domínio dos americanos, reconstruíram-se no pós-guerra (a Segunda Guerra Mundial, após o evento das bombas atômicas lançadas em seu território). A reconstrução do Japão foi feita,essencialmente, à base de copiar os próprios americanos, principalmente em sua tecnologia industrial, e especializaram-se em fazer réplicas diminutas das originais americanas. Deu tão certo que o Japão tornou-se uma potência econômica – a segunda maior do mundo até há pouco tempo, quando foram ultrapassados pelos chineses e passaram para o terceiro lugar.

Outra grande evidência de que se copia ou plagia-se é a necessidade do registro de marcas e patentes para se tentar proteger propriedades e até mesmo os nomes das marcas, que são importantes no mundo corporativo. Podemos citar também o fato de existirem os processos milionários que rolam nos tribunais do mundo todo, a respeito do uso não autorizado de fórmulas ou formatos técnicos de produtos por empresas concorrentes.

As campanhas de propaganda

Nas agências de propaganda existem os homens de criação. Fazem reuniões que são, aos olhos de estranhos à área, até hilárias, pois um dos métodos que utilizam para a criação de uma campanha é um “negócio” chamado brainstorm – palavra inglesa que significa “tempestade mental”; o próprio nome já dá uma dica: é nada menos do que uma reunião em que cada participante diz o que lhe vier à mente. Quanto mais sem nexo, melhor. Besteirol vai e besteirol vem, de repente surge uma ideia. Em cima desta ideia, criam a campanha.
Mas esta prática não é a única que os homens de criação utilizam, pois o que mais fazem mesmo é uns copiarem aos outros, adaptando as campanhas de sucesso a uma nova e disfarçada linguagem.
Outra prática dos homens de criação das agências é promover reuniões de pseudoconsumidores em uma sala, disfarçadamente à prova de som e com espelhos falsos. Do lado de fora,ficam a escutar e espiar as pessoas da sala, que são instigadas por uma ou mais pessoas da agência a debaterem ou opinarem sobre um assunto ou produto. Aí copia-se, a título de criação, os principais interesses demonstrados pelos próprios consumidores, que foram usados como verdadeiras cobaias humanas.

A função do executivo

O texto a seguir, sobre a função do executivo, não é de minha autoria e desconheço seu autor. Porém, acho interessante transmiti-lo, vindo bem a calhar ao conteúdo desta crônica:

“Como quase todo mundo sabe, um executivo praticamente não tem o que fazer, a não ser decidir sobre o que deverá ser feito e mandar alguém fazer, para não ouvir as razões por que isso não deveria ser feito, ou deverá ser feito por outra pessoa, ou de maneira diferente; fazer o acompanhamento para verificar se a tarefa foi feita; ouvir as desculpas da pessoa – ‘eu a deveria ter feito’; fazer novamente o acompanhamento para verificar se, afinal, a coisa foi feita; só para descobrir que sim, mas com erros; indicar como deveria ter sido feita; concluir que assim como deve ser feita, ela bem que poderia ser deixada como está; ficar imaginando se não é o tempo de despedir alguém que não consegue fazer nada certo; refletir que ele tem mulher e filhos e que certamente seu sucessor seria tão ruim quanto ele, se não pior; admitir como tudo teria sido melhor e mais simples se ele mesmo a tivesse feito de uma vez; refletir com tristeza que ele a teria feito corretamente em vinte minutos e, no fim das contas, perder dois dias para descobrir como é que alguém consegue gastar três semanas para fazer tudo errado”.

Crônica integrante do livro CRONICAS DE UM BRASILEIRO 2

Capa do meu terceiro livro: CRÔNICAS DE UM BRASILEIRO 2

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domingo, 25 de janeiro de 2015

MADRUGADA DE VERÃO

                                          Madrugada de Verão

     Que calor escaldante tem feito estes dias ! E, o verão mal começou pois estamos em fins de janeiro. Aqui na parte de baixo de meu sobrado, nesta madrugada, até que está menos sufocante que sua parte superior, nos quartos, creio que seja por estar mais distante do telhado que recebe diretamente os raios solares durante o dia.

     Este corpo molhado que adere às cadeiras suas costas nuas, para uma mera sensação de conforto, ilusória acho, que no final das contas você fica até mais desprotegido sem sua camisa; é só lembrar dos beduínos que no deserto nos lombos de camelos usam casacos pesados e escuros feitos de lã de ovelhas para se protegerem do sol, que lhes garantem uma temperatura de até menos 8º que a exterior,  se considerar a sensação térmica o conforto é maior ainda, se assim pudéssemos definir.

   Agora que mais precisamos d’água para nos banharmos pelo menos umas três vezes ao dia, conforme costume em várias regiões brasileiras, um pela manhã, um no decorrer da tarde por vezes no próprio escritório,  inclusive, com a troca de roupas íntimas e de camisa e o último à noite ; porém, estamos impossibilitados de desfrutar desse conforto e ato higiênico, pois faltam água em nossas caixas d’água, pois a pouca que ainda a temos está racionada como se estivéssemos num deserto e com nossas cotas d’água guardadas a sete chaves.

    Estamos nos retrocedendo em nossos hábitos animalescos, vimo-nos  cheirando a nós mesmos e com receio de que sintam nossos odores, à moda animal que gostam de cheirar seus semelhantes, até em  partes intimas. O pior de tudo é que esse odor não o é imaginário pois o é real aos nossos olfatos, é uma mistura de suor que extrapolamos pelos poros juntamente com a água vem outros elementos como os odores dos temperos de nossas refeições e suas gorduras , das bebidas alcoólicas ingeridas e em alguns misturados nessa química desodorantes com essências que caem bem a alguns e a outros não. Enfim, é uma meleca só, gordurosa e colante aos encostos de cadeiras, poltronas e até nos nossos lençóis, o que é um sacrilégio pois esses folham nossos ninhos de amor.

      O pior que essa reação da mãe-natureza, falando dos distúrbios climáticos, vai continuar e cada vez mais acentuada. Um calor sufocante, falta d’água cada vez mais preocupante, pois chove intensamente a ponto de provocar alagamentos, quedas de árvores, de postes de transmissão de energia, raios assassinos e os reservatórios não reagem, são como  uma esponja que você pinga algumas gotículas d’água sem nada adiantar, tamanha a secura dos nossos reservatórios.

        Esses nossos corpos ensebados, roupas reusadas e suadas, carros, calçadas , quintais e até nossos talheres empilhados nas pias de nossas cozinhas sujos , vão continuar e as perspectivas são para piorar. Que São Pedro nos ajude...

        Mas ainda bem que temos nossos ventiladores, aparelhos de ar-condicionado, que nos ajudam nesse calor nosso de cada dia. Epa ! Black out dia 19 de janeiro . O governo corre para descobrir o que houve e como sempre mente, diz que foi uma falha numa rede de transmissão, ora diz que pode ter sido falha humana, mas a verdade é que a ONS-Operador Nacional do Sistema Elétrico determinou uma redução na transmissão de energia em Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste às distribuidoras de 10% em seus consumos, naquele momento, para evitar um apagão geral com consequências mais graves.

       Agora além da falta d’água nos reservatórios das cidades , está faltando também nas represas das hidrelétricas. O governo diz que não haverá problemas pois as termoelétricas compensarão a falta das hidroelétricas, porém especialistas do setor afirmam que essas também já estão em seu limite. Ainda bem que estamos com a economia em baixa, pois se não estivesse o setor enérgico estaria um verdadeiro caos.
      A população ativa ao sair de casa pela manhã fica imaginando o que a espera no dia que começa; haverá tempestade em que local, cairão mais árvores, ficaremos sem energia, faltará água quando voltar para casa ? E, os congestionamentos ?

     Dias atrás em minha região onde moro em São Paulo, ficamos por 26 horas sem água, luz, telefone, internet – ficamos naquele calor sufocante à luz de velas. Como pode ocorrer isso na maior e mais rica metrópole brasileira, a qualquer chuva de verão a energia falta e fica por horas , noites ou dias sua falta, o que provoca deterioração de alimentos em nossas geladeiras, além dos desconfortos mencionados. A rede de transmissão elétrica na cidade de tal porte e importância econômica deveria ser subterrânea e não essa aérea já superada.

     A coisa está tão complicada que estou inventando compromissos somente para sair de casa e desfrutar do ar condicionado do carro, e, ir a locais como os Shoppings onde sabemos que tem ar condicionado. Tem gente frequentando clubes, não para exercitar, mas sim para se banhar nos chuveiros do clube...

    O que é mais preocupante é que alguns especialistas dizem que o nível das represas tanto de fornecimento de água à população, quanto às hidrelétricas levarão de 4 a 5 anos para voltarem ao normal , e se acontecer !


   O mais alarmante é que este ano será mais caótico do que o anterior ; e, o ano mal começou e já nos sentimos em calamidade pública.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A INVERSÃO DE VALORES

                            A INVERSÃO DE VALORES

         Com os sucessivos escândalos de corrupção que assolam nosso país, sem reconhecimento e admissão dos governantes, apesar de provas e testemunhos contundentes, ora por delações premiadas e raras vezes por testemunhas oculares que por princípios éticos e morais denunciam, a exemplo da ex-Gerente da Petrobras Sra. Venina Velosa da Fonseca.

         Segundo sua versão levada inicialmente aos jornais e depois ao Ministério Público e finalmente ao programa Fantástico da Rede Globo , no domingo de 21 de dezembro de 2014, ela desde 2008 teria levado aos seus superiores as evidencias de irregularidades que teriam sido levantadas dentro da área de sua competência na Petrobras, por várias tentativas, ora por e-mails ora pessoais como objetivos de alertar seus superiores sem obter êxito em suas tentativas de que viessem a investigarem; e, ao contrário, em 2009 foi afastada de seu cargo e transferida para o outro lado do mundo, Cingapura, ficando assim longe dos acontecimentos nas instalações da empresa no Brasil.

          Uma reportagem publicada pelo jornal Valor Econômico, o que Venina descobriu em 2008 foi que contratos para pequenos serviços, inerentes à sua área de competência, chegaram a R$ 133 milhões, entre janeiro e novembro daquele ano contra um valor previsto de R$ 39 milhões.

            Após 24 anos de trabalhos prestados à Petrobras, Venina foi demitida em novembro de 2014, após sucessivas investidas junto aos seus superiores alertando-os contra irregularidades. Foi o seu prêmio por “vestir a camisa” da empresa e seus atos de brasilidade e, porque não dizê-lo , honestidade e brio de caráter.  
        
            O programa da Rede Globo que levou a entrevista ao ar, deu uma média de 19,5 pontos o que equivalem na cidade de São Paulo a 1.273.000 domicílios , a Presidente Dilma Rousseff , nesse mesmo domingo, 21, deu uma entrevista ao jornal chileno El Mercurio, quando disse que no Brasil não há crise de corrupção e que ninguém é intocável. Eis sua declaração na integra :

“O Brasil não vive uma crise de corrupção, como afirmam alguns. Nos últimos anos começamos a por fim a um largo período de impunidade. É um grande avanço para a democracia brasileira .No Brasil não há intocáveis. Qualquer um que não trate o dinheiro público com seriedade e honestidade deve pagar por isso. É um compromisso do meu governo


           Certamente os valores estão invertidos neste nosso país, onde os acusados de corrupção aguardam pelos processos que correm em segredo de justiça, para tomarem ciência do quanto descobriram de suas falcatruas corruptas; e aqueles que denunciam ora para preservar sua próprias imagem e até por um ato de pura brasilidade passam a serem considerados, pela máquina corrupta que se apossou dos nossos órgãos  públicos e empresas públicas, como negligentes, mentirosos e por vezes até  por corruptos ; além, do gravíssimo fato de que começam a serem ameaçados de morte, incluindo, seus filhos menores.

ADEUS ANO VELHO

                                           ADEUS ANO VELHO

    Ao término do ano 2013 eu estava otimista quanto ao ano novo de 2014, pois além da economia no ano que se findava ter sido péssima, fechamos com um PIB – Produto Interno Bruto de 2.3% , o  ano então vindouro de 2014 teoricamente não poderia ser pior,  pelo contrário deveria ser melhor pois imaginava-se algumas providências da área econômica do governo pois seria um ano de campanha eleitoral e a Presidente seria candidata à reeleição; nada mais que normal se algumas melhorias na vida dos brasileiros ocorressem, especialmente nas áreas da saúde, segurança, estabilidade econômica, juros em queda e providências enérgicas no âmbito do governo federal para estancar a corrupção que abalara a nação com o escândalo do Mensalão.

    Reforçava-se esse sentimento o fato de ser um ano de Copa do Mundo e, o mais importante, seria no Brasil; certamente o governo esperava que a Seleção Canarinho fosse campeã a que lhes renderiam muitos créditos e agradecimentos do povo em forma de votos ao governo no poder.

    Mas para o desespero da classe empresarial, tanto da indústria, do comércio e de serviços, não houve melhora alguma, ao contrário pois foi um ano muito pior que o anterior. Resultado disso é o PIB de 2014 que deverá fechar em torno de 0,2% e ainda de quebra fechar a balança comercial do ano com déficit, o que não ocorria há 14 anos, o déficit acumulado de janeiro a novembro já era de US$ 4,2 bilhões. Outro termômetro foi o resultado da indústria nacional que encolheu 2,5%. Quanto a inflação e os juros melhor considerar as apontadas pelos bolsos dos consumidores, tudo subiu assustadoramente e os volumes de compras nos carrinhos dos supermercados reduziram e o  preços subiram assustadoramente ;   quanto aos juros do cheque especial, dos cartões de crédito e do crédito pessoal subiram a níveis que há muito não se viam.

  Quanto a Copa do Mundo foi um ano paradisíaco às construtoras e aos controladores das verbas. Gastaram-se o previsto e verbas extras intermináveis. Foram construídos e ou reformados verdadeiros elefantes brancos a um custo faraônico que jamais serão reutilizados em sua potencialidade, o que provocou críticas dos brasileiros de norte a sul do país. Ainda para complementar o Brasil não saiu campeão e sim humilhado após a derrota de 7 x 1 para Alemanha e de 3 x 1 da Holanda, não ficando nem em terceiro lugar. A economia então já capenga, piorou em muito com o evento, pois foram dias mais dias de negócios parados e o consequente efeito cascata em toda economia.

  Depois da Copa do Mundo chegou a campanha eleitoral para Presidência, Governadores, Assembleias Legislativas e Estaduais e Federal e para o Senado Federal. Ai travou toda a economia em nome da campanha; medidas corretivas foram proteladas, aumentos de preços de energia e combustíveis foram represados, ficando tudo para após as eleições, como se numa economia de mercado as ações de governo pudessem interagirem quando bem entendessem.

    Quando a nação brasileira imaginava e se escandalizava com o mensalão, em 2013, como se fosse o maior escândalo de corrupção que o Brasil já vira, em 2014 surgiu o escândalo da Petrobras, o Petrolão. A PF – Polícia Federal mais uma vez presente desencadeia a Operação Lava-Jato que estremece os alicerces de sustentação da democracia brasileira. Segundo a imprensa nacional e internacional trata-se não só do maior escândalo de corrupção do Brasil e sim do maior do mundo contemporâneo.


     O Ano Velho se foi há algumas horas, já estamos no Ano Novo, que a exemplo dos réveillons anteriores os brasileiros comemoraram a sua chegada. Quiçá possamos daqui a um ano fazermos um balanço positivo do ano que se inicia.