ADEUS ANO VELHO
Ao término do ano
2013 eu estava otimista quanto ao ano novo de 2014, pois além da economia no
ano que se findava ter sido péssima, fechamos com um PIB – Produto Interno
Bruto de 2.3% , o ano então vindouro de
2014 teoricamente não poderia ser pior,
pelo contrário deveria ser melhor pois imaginava-se algumas providências
da área econômica do governo pois seria um ano de campanha eleitoral e a
Presidente seria candidata à reeleição; nada mais que normal se algumas melhorias
na vida dos brasileiros ocorressem, especialmente nas áreas da saúde,
segurança, estabilidade econômica, juros em queda e providências enérgicas no
âmbito do governo federal para estancar a corrupção que abalara a nação com o
escândalo do Mensalão.
Reforçava-se esse
sentimento o fato de ser um ano de Copa do Mundo e, o mais importante, seria no
Brasil; certamente o governo esperava que a Seleção Canarinho fosse campeã a
que lhes renderiam muitos créditos e agradecimentos do povo em forma de votos
ao governo no poder.
Mas para o
desespero da classe empresarial, tanto da indústria, do comércio e de serviços,
não houve melhora alguma, ao contrário pois foi um ano muito pior que o
anterior. Resultado disso é o PIB de 2014 que deverá fechar em torno de 0,2% e ainda
de quebra fechar a balança comercial do ano com déficit, o que não ocorria há
14 anos, o déficit acumulado de janeiro a novembro já era de US$ 4,2 bilhões.
Outro termômetro foi o resultado da indústria nacional que encolheu 2,5%.
Quanto a inflação e os juros melhor considerar as apontadas pelos bolsos dos
consumidores, tudo subiu assustadoramente e os volumes de compras nos carrinhos
dos supermercados reduziram e o preços
subiram assustadoramente ; quanto aos
juros do cheque especial, dos cartões de crédito e do crédito pessoal subiram a
níveis que há muito não se viam.
Quanto a Copa do
Mundo foi um ano paradisíaco às construtoras e aos controladores das verbas.
Gastaram-se o previsto e verbas extras intermináveis. Foram construídos e ou
reformados verdadeiros elefantes brancos a um custo faraônico que jamais serão
reutilizados em sua potencialidade, o que provocou críticas dos brasileiros de
norte a sul do país. Ainda para complementar o Brasil não saiu campeão e sim
humilhado após a derrota de 7 x 1 para Alemanha e de 3 x 1 da Holanda, não
ficando nem em terceiro lugar. A economia então já capenga, piorou em muito com
o evento, pois foram dias mais dias de negócios parados e o consequente efeito
cascata em toda economia.
Depois da Copa do
Mundo chegou a campanha eleitoral para Presidência, Governadores, Assembleias
Legislativas e Estaduais e Federal e para o Senado Federal. Ai travou toda a
economia em nome da campanha; medidas corretivas foram proteladas, aumentos de
preços de energia e combustíveis foram represados, ficando tudo para após as
eleições, como se numa economia de mercado as ações de governo pudessem
interagirem quando bem entendessem.
Quando a nação
brasileira imaginava e se escandalizava com o mensalão, em 2013, como se fosse
o maior escândalo de corrupção que o Brasil já vira, em 2014 surgiu o escândalo
da Petrobras, o Petrolão. A PF – Polícia Federal mais uma vez presente
desencadeia a Operação Lava-Jato que estremece os alicerces de sustentação da
democracia brasileira. Segundo a imprensa nacional e internacional trata-se não
só do maior escândalo de corrupção do Brasil e sim do maior do mundo
contemporâneo.
O Ano Velho se foi há algumas horas, já
estamos no Ano Novo, que a exemplo dos réveillons anteriores os brasileiros
comemoraram a sua chegada. Quiçá possamos daqui a um ano fazermos um balanço
positivo do ano que se inicia.
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