Água – O caos anunciado !
O governo
paulista desde o ano passado tem alardeado, apesar de muitas autoridades e
técnicos contradizerem, que não haverá racionamento ou rodízio de água na
cidade de São Paulo.
Há poucos dias, mais exatamente dia 27 de
janeiro de 2015, o Diretor da Sabesp, Paulo Massato Yoshimoto, soltou uma bomba
para atordoar qualquer pessoa – a continuar os atuais níveis de chuva, haverá
sim racionamento nas regiões abastecidas pelo Sistema Cantareira, e de forma a
não deixar dúvida alguma quanto a sua severidade, pois seria cortar a água por 5 dias e liberá-la por 2
dias, isso mesmo, 5 dias sem e 2 com. O Sr. Paulo Yoshimoto não tem papas na
língua e não camufla de forma alguma a realidade dos fatos; há cerca de um ano
soltou outra afirmação numa reunião da Sabesp ,não menos bombástica que esta
atual :
“Alguém brincou aqui,
mas é uma brincadeira séria. Vamos dar férias. Saiam de São Paulo porque aqui
não tem água, não vai ter água para banho, para limpeza da casa, quem puder
compra garrafa, água mineral. Quem não puder, vai tomar banho na casa da mãe lá
em Santos, Ubatuba, Águas de São Pedro, sei lá, aqui não vai ter”
É fácil de
presumir de que a água passará a ter um valor tão expressivo quanto a um cantil
de água geladinha em pleno deserto do Saara a algum viajante perdido.
Se as previsões
do Sr. Yoshimoto se confirmarem a água será objeto de furto e latrocínio, pois
5 dias de torneiras secas ninguém aguentará, poderá até roubar e matar por ela.
O seu valor no mercado negro será tão significante igualmente aos tempos da
antiguidade em que o sal e o açúcar eram moedas de mercadores, ou então
produtos usados para escambo.
Ato contínuo à divulgação dessa declaração de Yoshimoto,
desencadeou em São Paulo uma corrida às lojas para compras de recipientes para
líquidos, tipo grandes lixeiras plásticas, tambores metálicos , caixas d’água e
o próprio líquido em garrafões plásticos.
Já vi pelas ruas vendedores ambulantes com seus veículos utilitários explorando
o novo nicho de mercado : Recipientes para água. Se o racionamento vier,
teremos também o comércio ambulante de água, que certamente a preços
exorbitantes, não contrariando a lei da oferta e da procura.
O Sudeste, quem
diria, também começou a utilizar métodos de obtenção d’água nas caatingas do
Nordeste brasileiro, que é o aproveitamento da água de chuvas desviando a água
das calhas para um recipiente; no caso do Nordeste armazenam a água em
cisternas de concreto; por aqui estão utilizando de tudo, baldes, tambores,
caixas d’água, piscinas plásticas e outros.
O legislativo da
cidade de São Paulo acaba de criar uma lei que multa os cidadãos que forem flagrados
lavando carros ou calçadas com água do sistema de abastecimento público, ou
seja, água encanada; multa essa bem salgada, como a água do mar, nada menos que
R$1.000,00 e com valor duplicado se for reincidente. Vamos ver o chefe do
executivo, o prefeito, sancionará a lei !
A grande verdade
é que as autoridades estão com um grande desafio pela frente, que seria
resolver essa crise hídrica, principalmente dos estados de São Paulo, Minas e
do Rio de Janeiro. Projetos a curto, médio e longo prazo estão nas pautas das
reuniões de autoridades e especialistas , tais como desvios de água com
aquedutos quilométricos , dessalinização da água do mar, e até tratamento de
esgotos para obtenção de água potável.
É incrível como
assuntos atinentes à natureza são implacáveis, pois os estados da federação de
maiores expressões econômicas e tecnológicas por consequência, do país que
possui as maiores reservas d’água potável do mundo, poderia correr o risco de
uma perspectiva de falta d’água tão expressiva quanto a essa que estamos
vivenciando !
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