Os brasileiros precisam de uma terapia em grupo
Estamos passando por dias tortuosos, especialmente nos
recantos brasileiros da política e em consequência da economia, pois esta é
consequência da outra.
No rol de notícias cotidianas, sem exceção da mídia,
invariavelmente as manchetes são sobre corrupção, sejam nos jornais desde os
periódicos regionais aos de maiores tiragens, como nos noticiários
jornalísticos das rádios e canais de televisões de altos IBOPE.
Os brasileiros nos últimos anos acordam e dormem ouvindo
falar de corrupção, lêem sobre corrupção e vivem o seu cotidiano em função
dela, tanto em seus domínios domésticos quanto nos seus meios profissionais. Se
empregado for, o tema das comunicações das “panelinhas” é a eminência de perda
de emprego, dos péssimos resultados da empresa e do seu mercado. Se for empresário,
passa o dia em reuniões com seus pares acionistas ou cúpula diretiva,
analisando os escândalos do dia e o que poderá influenciar no péssimo
desempenho da sua empresa e na economia brasileira.
O escândalo, na verdade o mega-escândalo, do Petrolão, é o de
maior repercussão nos últimos tempos; também pudera, conforme os analistas
políticos nacionais e internacionais é o maior ocorrido no mundo contemporâneo.
E, diariamente a Operação Lava Jato, traz novas ramificações do Petrolão com
outros escândalos, alguns já conhecidos e outros até então não.
Os cidadãos dessa nação passam por uma lavagem cerebral de como praticar a ladroagem, a imoralidade, e
como ofuscar como uma densa neblina, a
ética e a brasilidade.
Chegamos à conclusão que o nosso país esta num emaranhado de
uma teia, como as das aranhas, de corrupção por todos os nossos rincões,
palácios de governo, autarquias, empresas estatais e, o pior de tudo,
proliferando cada vez mais nos meios das relações privadas, pois a começar por
síndicos de condomínios que superfaturam notas fiscais de materiais de limpeza
até aos diretores de empresas que fecham grandes negócios se levarem alguma
vantagem a si próprios. Uma grande ordem nacional: superfaturar tudo para pagar
propinas aos contratantes e àqueles que possam influenciá-los.
Os malefícios à nação são de ordem geométrica, são tão danosos
e com um poder de contaminação extraordinário, que se chega a um ponto de que
ser honesto, neste país, é sinônimo de bobo e medroso.
Nós brasileiros precisamos de uma grande terapia em grupo –
os terapeutas seriam a ética, o patriotismo e a brasilidade; precisamos de uma contra
lavagem cerebral, o que não será fácil de fazê-la, pois quem tem o poder de
mudar a cultura de um povo, além dele próprio, são os seus governantes, por
intermédio da educação dos jovens, da união dos poderes constituídos e de um
fato muito em voga ultimamente: a transparência. Mas como fazê-lo? - pois quem
tem as canetas nas mãos são os maiores corruptos. Acham melhor continuar dando
as bolsas sociais ao povo, a ensiná-lo a pescar...
Uma crônica de
Gilson Marcio Machado