sábado, 30 de julho de 2016

A SOLIDÃO DO FIM DE MANDATO


 
a solidão do fim de mandato–
QUEM APAGArá As LUZes do palácio?
                          

  
Uma crônica de GILSON MARCIO MACHADO





O ser humano  é interesseiro por natureza; talvez, devido os primórdios de sua origem, se analisarmos a teoria do homo sapiens Humano (conhecido taxonomicamente como Homo sapiens, do latim "homem sábio",e também chamado de pessoa, gente ou homem) é a única espécie animal de primata bípede do gênero Homo ainda viva. Os humanos anatomicamente modernos originaram-se na África há cerca de 200 mil anos, atingindo o comportamento moderno há cerca de 50 mil anos”. (Conforme a Wikipédia na internet.)

Viviam em cavernas em grupos para se protegerem dos vários grupos inimigos em seu mesmo território. Mas quando nos transportamos da época da caverna para a época atual de homens civilizados, racionais, alguns até com mestrado em sociologia, vemos que os instintos desses homens da caverna estão latentes nos homens contemporâneos, especialmente nos políticos, em doses de interesses multiplicados, pois estes vão desde os de obter acúmulo de bens, de dinheiro, e o mais significante, nos tempos atuais, que é o interesse de ter o poder nas mãos. A diferença entre os homens modernos e os da caverna é que esses tinham como maiores interesses o atendimento de necessidades básicas - como caverna para se protegerem das intempéries do tempo, -  comida resultantes da caça de animais e o domínio das reservas de água para saciarem sua sede.

Para satisfazerem esses interesses modernos não se fazem de rogados para fazerem de tudo para terem o poder político da situação – note bem: da situação. Paparicam, vendem-se, corrompem-se, subornam-se, prevaricam-se, e roubam descaradamente, sejam como laranjas dos mais poderosos, ou até mesmo de coadjuvantes de quadrilhas de colarinhos brancos, constituídas exclusivamente com o objetivo de roubar do povo, por intermédio dos desvios de dinheiro público.

A melhor receita de obter o poder é estar no círculo de quem os tem nas mãos, como o Presidente da República, Presidentes da Câmara de Deputados, do Senado e do STF – Supremo Tribunal Federal, governadores e prefeitos. Essas autoridades da situação acostumam-se, quando em cumprimento de seus mandatos com os paparicos ao seu dispor; com essa fartura de companhias e “puxa-sacos” que até os evitam, na medida do possível. Porém, quando seus mandatos entram na linha do término, os bajuladores começam a se rarearem a ponto de os políticos com mandatos em término começarem a ficar sozinhos em seus gabinetes, desaparecendo até os copeiros que servem o cafezinho. É quando chega a hora das crises de depressão, não diferentes daquelas que nós simples mortais, sentimos quando eventualmente somos bem de vida, ou de emprego, temos um vasto leque de opções de amigos que são fieis até que a morte nos separe, mas se viermos a perder nossa fortuna ou nosso belo emprego, os amigos simplesmente desaparecem, incluindo, os parentes. Somos deletados dos contatos dos celulares, excluídos dos “amigos” no Facebook, e jamais voltamos a revê-los, estão sempre ausentes, em reuniões, ou viajando...

Não é um fenômeno que acontece somente em nosso país, é uma característica da vida social do homem em todo o mundo. Até o homem “mais poderoso do mundo”, o Presidente dos EUA, mesmo tendo ainda o controle da maleta que contém os botões que disparam o arsenal nuclear americano, sente-se solitário ao término de seu mandato, todos desaparecem.

Vide o que está ocorrendo com a “Dama de Ferro à la Brasileira”, Dilma Rousseff: cada vez mais sozinha, contando somente com os homens do presidente (sua segurança) e os brinquedos que lhes são disponibilizados por força da constituição brasileira. Conta também, com voos pela FAB-Força Aérea Brasileira quando para Porto Alegre e quando para outros locais, não os tem mais, foram cortados pelo seu vice que exerce a atual Presidência. Até os pomposos jantares exclusivos a políticos do PT no poder legislativo, são fracassados, conforme ocorrido recentemente, quando convidou os senadores que votaram contra o seu impeachment, muitos faltaram, apesar das opulências de um jantar num Palácio da República, que é o de sua temporária e final morada no poder, o Palácio da Alvorada.

Diz-se que Fernando Collor de Mello quando já renunciara e também sofrera o impeachment, na solidão de seu isolamento, fora do clamor do movimentado Palácio do Planalto, levantava-se de manhã e se vestia à caráter e usava seu chofer particular para transportá-lo por 100 metros até a biblioteca que era de seu pai e que Collor a transformou em gabinete “presidencial”, num faz de conta que ainda estava no poder.

Assim é nossa vida de meros mortais, somos homens racionais, mas faz parte da racionalidade a ambição em querermos o poder e envolvermo-nos com os “comandantes em chefe” dos já poderosos. Seja político, ou mero cidadão, desde que seja homem isto é “aceito” em nossa sociedade, num jogo de interesses onde todos participam com várias regras, incluindo os blefes.

Aos famosos que se partem, longa vida em sua solidão – valeram enquanto duraram! Passarão em alguns anos a fazerem parte da história como heróis ou como vilões - só o próprio tempo os julgará.

A aqueles que abandonam os famosos que estão passando, lembrem-se: Seus dias, com sorte, chegarão e também amargarão o fel do abandono.

E, eu faço das palavras do filosofo grego Sócrates, minhas palavras: “Só sei que nada sei”; ou seria melhor dizer as palavras do Sr. Lula da Silva : “não sei de nada”.